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    Quando vou me aposentar? Diante do cenário atual de crise econômica do Brasil, essa é uma pergunta que vem sendo cada vez mais frequente entre os trabalhadores. Apesar da taxa de desemprego ter caído no país – de 13,1% em agosto de 2021 para 8,9% em agosto de 2022 – o trabalho informal disparou, atingindo a marca de 40% segundo pesquisa do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Isso significa que esses trabalhadores estão vendendo a sua força sem receber nenhum direito trabalhista, como o FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, benefício responsável por garantir a aposentadoria das pessoas. 

    E ainda há que se considerar a Reforma da Previdência, aprovada em 2019, que aumentou a idade e o tempo de contribuição necessários para que homens e mulheres aposentem-se. Nesse contexto, depender apenas da previdência pública pode ser arriscado para quem deseja garantir uma velhice tranquila, por isso, investir em uma aposentadoria privada torna-se uma opção para aqueles que buscam uma segurança financeira a longo prazo. Assim, leia o texto abaixo e aprenda como escolher o melhor plano de previdência privada para você!

    Mas o que seria isso?  

    A previdência privada é uma espécie de reserva financeira na qual as pessoas investem ao longo da vida. Geralmente, ela é utilizada para complementar a aposentadoria, mas pode ser usada também para conquista de metas a longo prazo, como comprar um imóvel, pagar a faculdade dos filhos, fazer um intercâmbio, entre outros. O pagamento, diferentemente da previdência pública, é vinculado a uma instituição financeira, que deverá ser escolhida conforme os objetivos do investidor. 

    O funcionamento desse tipo de aposentadoria ocorre em duas etapas: a primeira chama-se ‘’acumulação’’, em que o usuário escolhe um plano e realiza depósitos mensais. Esse valor é aplicado em produtos financeiros que garantem, na maioria das vezes, uma rentabilidade superior à inflação, aumentando o valor do montante final. 

    Já a segunda etapa é chamada ”usufruto”, momento em que o investidor começará a desfrutar do valor acumulado. Para isso, ele decidirá se o resgate será total, parcial ou se será feito por meio de um pagamento mensal. Como sendo um investimento pensado a longo prazo, é altamente recomendado que o investidor espere, no mínimo, seis anos para retirar o seu dinheiro, pois assim ele obterá rendimentos maiores. 

    E quais são as vantagens? 

    A primeira vantagem da previdência privada é a possibilidade de escolha do valor de contribuição e de sua periodicidade. Atualmente, o valor máximo pago pelo INSS – Instituto Nacional do Seguro Social é de R$ 6.433,57, assim, quem conta com rendimentos superiores a esse valor, ao se aposentar pela previdência social, terá que abaixar seu padrão de vida ou continuar trabalhando para manter as condições. Já quem investiu em uma aposentadoria privada poderá contribuir com valores maiores sempre que puder, recebendo um montante mais alto no momento do resgate. 

    Outra vantagem da aposentadoria privada é que, no caso da previdência social, o dinheiro somente poderá ser resgatado quando o indivíduo atingir a idade ou o tempo de serviço comprovados. Por outro lado, quem opta pela previdência privada escolhe exatamente quando o valor investido será resgatado, podendo o montante ser devolvido caso haja desistência do plano. Ainda, na previdência é possível contar com vários produtos e serviços, como seguros, assistências médicas, odontológicas, entre outros. 

    Entretanto, vale salientar que os trabalhadores, mesmo os autônomos, não devem deixar de pagar ao INSS o valor estipulado. Isso é necessário para acessarem benefícios como auxílio-doença, auxílio-acidente, auxílio-reclusão, pensão por morte, salário-família e salário-maternidade. De qualquer modo, seja para complementar a renda na terceira idade ou realizar algum sonho, é importante criar uma reserva financeira para o futuro, e a previdência privada mostra-se como uma boa opção de investimento para isso.   

    Confira os diferentes planos

    Ao investir em uma previdência privada, o usuário deverá escolher entre dois planos: o PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre ou o VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre. Basicamente, o que vai influenciar na escolha de um ou de outro é a maneira como o investidor faz sua declaração de Imposto de Renda. 

    Isso porque o PGBL é um plano de previdência complementar que é mais indicado para pessoas que fazem a declaração completa do Imposto de Renda (IR) e contribuem para o INSS. Essa modalidade conta com um benefício fiscal no qual as aplicações são dedutíveis da base de cálculo do IR do participante até o limite de 12% da sua renda bruta anual tributável. Ou seja, a vantagem é que essa dedução reduzirá o imposto a ser pago ou aumentará o valor da restituição. Por outro lado, no momento do resgate, o imposto do investimento incidirá sobre o valor total resgatado.

    Já o VGBL pode ser entendido como um seguro de vida individual com cobertura por sobrevivência. Ele é ideal para pessoas que declaram o Imposto de Renda no  modelo simplificado ou que já chegaram ao limite de contribuição dedutível do plano PGBL e desejam aplicar ainda mais. A vantagem desse plano é que, no início do recebimento da renda ou no resgate dos recursos, o imposto do investimento incidirá apenas sobre os rendimentos da aplicação. A desvantagem é que as  contribuições nesse plano não são dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda do participante.

    Em quaisquer desses planos, é importante decidir o modelo de tributação que será adotado, que pode ser progressivo ou regressivo. A tabela regressiva é baseada no tempo de aplicação, e isso significa que, quanto maior for o prazo de investimento, menor será a alíquota (taxa de imposto) aplicada. Por isso, é um regime indicado para quem pretende deixar o dinheiro aplicado por um longo período, de preferência, maior que 10 anos. 

    Já na tabela progressiva, o que importa não é o tempo de permanência no plano, mas o quanto será recebido como renda na hora de usufruir do benefício. Assim, quanto mais se ganhar, maior será a alíquota cobrada. Por isso, esse regime de tributação é indicado para quem pretende resgatar valores menores ou ainda para aqueles que querem investir no curto prazo, já que a alíquota da tabela regressiva é altíssima no curto prazo.

    Caso o investidor deseje trocar o plano escolhido, é possível realizar a portabilidade para outro plano de sua escolha, sem que precise resgatar a quantia investida ou pagar imposto. No entanto, a portabilidade poderá ser somente realizada durante a fase de acumulação. Ou seja, não é possível trocar o plano na fase de usufruto. Ainda, há algumas cobranças inerentes ao serviço de previdência privada, como a taxa de administração cobrada pela instituição financeira e a taxa de carregamento, calculada em cima das movimentações financeiras realizadas. 

    Já pensou em investir em uma previdência privada?

     
    Desde abril de 2021, o número de trabalhadores brasileiros com 70 anos ou mais de idade cresceu cerca de 20% no Brasil – bem mais do que a média de todas as faixas etárias, que foi de 9%. Segundo a última Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio, foi a partir de 2016 que a volta desse grupo ao mercado de trabalho começou a intensificar-se. 

    Em contrapartida, de acordo com pesquisa do Ipec – Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica, apenas 13% dos brasileiros investem em algum fundo de previdência privada. E, entre os que investem nessa categoria, 61% não sabem se o plano que pagam é da modalidade Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) ou Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). 

    Os dados são preocupantes, na medida em que alcançar a aposentadoria está cada vez mais difícil, haja vista o aumento desenfreado do custo de vida no país. É claro que a expectativa de vida aumentou, e os idosos vêm chegando aos 70 anos com boa capacidade física e mental, no entanto, o desgaste trazido pelos anos é inegável. 

    Assim, pensar na obrigação de trabalhar para sustentar a si ou a família na terceira idade, que deveria ser uma fase de tranquilidade e descanso, é um futuro indesejado. E é justamente para proteger-se desse cenário que existe a aposentadoria privada. O que você pensa sobre isso? Você investe ou já pensou em contratar um plano de previdência privada? Conte para a gente nos comentários!

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