Skip to main content

    Atualmente, muito se ouve falar no termo ‘’Responsabilidade Social Empresarial – RSE’’, contudo, nem todo mundo sabe ao certo o que isso significa. Em enquete divulgada no Linkedin da masterClassic, o resultado foi o seguinte: 40% dos participantes responderam saber do que se trata, por outro lado, 40% disseram não saber e 20% responderam que não sabem, mas conseguem supor. Para esclarecer de vez quaisquer dúvidas acerca do tema, o texto desta semana vai explicar o que é a famosa RSE. 

    Responsabilidade Social Empresarial é uma espécie de política voltada às empresas, com o intuito de pautar suas ações em ideais mais éticos, sustentáveis e humanitários. Para além de questões econômicas, como a geração de lucros, esse conceito tem relação com o compromisso das instituições em melhorar o mundo. Por isso, a RSE influencia diretamente na condução dos negócios e é responsável por indicar a maneira como a empresa lidará com seus parceiros, colaboradores e clientes. 

    O primeiro registro de utilização do termo foi em 1998, pelo Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, organização global que busca promover o aceleramento da transição para um mundo sustentável. Segundo a WBCSD (sigla em inglês do Conselho), Responsabilidade Social Empresarial trata-se do: “Comprometimento permanente dos empresários em adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento econômico, melhorando, simultaneamente, a qualidade de vida de seus empregados e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um todo”. 

    Os três pilares da RSE constituem-se em: 1) Meio Ambiente: evitar o desperdício dos recursos, reduzir a emissão de poluentes e incentivar ações como reciclagem e destinação consciente de resíduos. 2) Economia: gerir recursos financeiros de forma responsável, movimentar a economia local e prestar contas de forma transparente. 3) Sociedade: incentivar boas práticas, como campanhas sociais, promover o respeito às diversidades, trabalhar pela redução das desigualdades sociais e zelar pelas condições de trabalho de seus colaboradores. 

    E como praticar a Responsabilidade Social Empresarial? 

    Para colocar a RSE em prática, é preciso promover ações que impactem na empresa e ao seu redor. Podem ser projetos sociais, ações comunitárias, criação de cooperativas, entre outros. Geralmente, os gestores realizam essa escolha de acordo com o impacto que desejam gerar, baseando-se nos valores da empresa, em pesquisas de mercado e no que enxergam como causas importantes que devem ser atingidas. Um exemplo disso é que algumas indústrias de ração animal doam toneladas de seus produtos todos os meses para ONG’s e protetoras de animais independentes, além de promover feiras de adoções. 

    Assim, as empresas podem apoiar organizações e projetos sociais por meio de doações financeiras ou de produtos; promover quaisquer tipos de ações de voluntariado; oferecer assistência educacional ou criar programas de capacitação (inclusive, para os próprios colaboradores). Além disso, podem também desenvolver ações de saúde, como planos de prevenção e conscientização de doenças; implementar programas de acesso à moradia; auxiliar em programas de primeiro emprego e colocação no mercado de trabalho. Ainda, realizar divulgações em suas redes sociais; fomentar pesquisas; minimizar o impacto ambiental, seja na produção, venda ou descarte de seus produtos, entre diversas outras ações de RSE. 

    Nesse contexto, devemos entender que a responsabilidade começa dentro da própria empresa. Ou seja, é importante que os gestores promovam medidas e valores como a equidade de oportunidades entre os colaboradores, estabelecimento (e cumprimento) de manual de ética, cuidado e prevenção a acidentes, uso consciente de recursos, apoio à coleta seletiva e à reciclagem do lixo, entre outras ações. Muito mais do que mudar as práticas de uma organização, a Responsabilidade Social Empresarial diz respeito à implementação de uma nova cultura e de uma mudança de postura diante do mundo. 

    E isso, inclusive, contribui para que os colaboradores desenvolvam um sentimento de pertencimento em relação a empresa, e explorem melhor o seu potencial profissional. Segundo pesquisa da FIA Employee Experience, ao entrevistar 150 mil funcionários em mais de 300 empresas brasileiras em 2020, concluiu que 27% dos colaboradores pedem demissão por falta de reconhecimento no trabalho e 26% por falta de ética na empresa. Ainda, ganhou força na Pandemia da Covid-19 o termo ‘’quiet quitting’’, como uma ‘resposta’ às condições de trabalho não favoráveis: os funcionários passam a fazer apenas o necessário para manutenção do emprego, sem nenhum esforço a mais do que lhe é pago. Assim, é possível compreender que trabalhador produtivo é aquele que se sente respeitado e valorizado, o que alavanca ainda mais a necessidade de implementação de RSE nas empresas. 

    Confira alguns exemplos de ações de RSE

    1) Em busca de matérias-primas menos poluentes, a fabricante de tubos e conexões Amanco adotou o uso de tecnologias mais limpas em seus produtos. Um destaque da empresa foi a substituição do solvente tolueno, que pode causar dependência nos trabalhadores que inalam seu vapor, por outro de menor impacto para a saúde e para o meio ambiente. A empresa também alterou a fórmula de outros produtos, como os estabilizantes, que deixaram de levar chumbo em sua composição, eliminando riscos de intoxicação pelo metal entre seus funcionários. 

    2) Pedigree ‘’Adotar É Tudo de Bom’’: programa responsável pela doação de toneladas de ração para cães e gatos sem dono, além de promover o aplicativo Adocão, feiras e eventos, e dicas sobre cuidados no site. Os resultados na causa animal são muito positivos: quase 15 milhões de refeições doadas e mais de 76 mil cães adotados. 

    3) A Faber-Castell Brasil mantém parceria com a empresa de logística reversa TerraCycle, por meio de um programa de coleta, que permite a transformação dos instrumentos de escrita, como canetas, lápis, lapiseiras, marcadores, borrachas, apontadores que não funcionam mais ou que estejam quebrados, e suas respectivas embalagens, em matéria-prima reciclada. Isso permite que este material seja utilizado no lugar de materiais virgens, e ainda evita o descarte de resíduos no meio ambiente. O programa conta com mais de 5.000 Times Participantes e já coletou mais de 1,9 milhões de instrumentos de escrita.

    4) Disney ‘’VoluntEARS’’: o programa de voluntariado corporativo da Disney é realizado por seus associados, por meio da contribuição com seu tempo e habilidades para melhorar as comunidades em que estão inseridos. Desde 1983, o programa tem se expandido em todo o mundo, alcançando mais de 10 milhões de horas de serviço voluntário.

    5) A subsidiária brasileira da Bunge, uma das maiores empresas de alimentos e de fertilizantes do mundo, desenvolveu uma embalagem feita de material orgânico e biodegradável para margarina. A empresa também diminuiu o volume de PET usado nas embalagens de óleo vegetal e mantém postos de coleta de óleo em padarias da região metropolitana de São Paulo.

    6) No intuito de utilizar energias mais limpas, a CPFL, maior grupo privado do setor elétrico brasileiro, investiu em uma termelétrica movida a biodiesel no interior paulista. A usina opera a base de bagaço de cana-de-açúcar com capacidade de atender uma cidade de 200 mil habitantes. 

    E quais os principais benefícios trazidos?

    De um modo geral, investir em Responsabilidade Social Empresarial possibilita tanto melhores resultados para a companhia quanto um papel social relevante frente ao mundo, e o mais interessante é que a segunda parte complementa a primeira. Isto é, na medida em que a empresa contribui em causas sociais, ela acaba por promover seu próprio bem ou serviço. Principalmente, porque muitos consumidores realizam suas compras de acordo com a afinidade que sentem pela marca. Para descobrir como o brasileiro enxerga a questão do boicote às marcas, a MindMiners, empresa de tecnologia especializada em desvendar o comportamento humano, realizou uma pesquisa, em 2020, com mil usuários da rede social de opinião MeSeems e chegou às seguintes conclusões: 

    A importância do posicionamento da marca para os consumidores

    Prefere comprar produtos de empresas que são socialmente responsáveis. 70%
    Concorda que marcas devem se posicionar sobre questões sociais, como homofobia e machismo e não devem recuar diante de ataques. 53%
    Concorda que marcas devem se posicionar em relação a causas políticas e sociais. 48%
    Concorda que não compraria um produto de uma marca se ela se omitir sobre uma questão social que seja relevante para mim. 45%
    Declara que já deixou de comprar algum produto que queria porque não concordava com as práticas da empresa que o produzia. 45%
    Concorda que compartilhamos crenças com as marcas que consumimos. 41%
    Produzido por MindMiners

    A partir de tais resultados, torna-se evidente a importância de as empresas manterem-se atualizadas em relação às novas ideias vigentes na sociedade. Isto é, além de engajarem-se em projetos sociais e ações sustentáveis, também é importante que adotem os valores compartilhados pelo seu público. Um bom exemplo disso foi quando a Natura, em conformidade com o movimento ‘’cruelty free’’, parou de realizar testes em animais. Outro exemplo foi a marca Dove, em suas últimas campanhas, ter focado na valorização da beleza natural feminina, em conformidade com o movimento de empoderamento das mulheres. Tais elementos evidenciam que o próprio público deseja que as organizações adotem práticas de responsabilidade social e que uma parte relevante realiza suas escolhas de compra de acordo com a reputação transmitida pela empresa. 

    Assim, é possível compreender que a RSE, de maneira geral, oferece vários benefícios, como a construção de um ambiente de cooperatividade nos negócios; o aumento da vantagem competitiva da empresa (fazendo frente às exigências cada vez mais específicas do público consumidor) e a possibilidade de investir em inovação e desenvolvimento sustentável. Proporciona também a tomada de decisões pautadas no benefício mútuo e não exclusivo; o retorno dos investimentos em forma de parcerias e benefícios sociais e a criação do senso de pertencimento dos colaboradores e stakeholders, o que é decisivo para a fidelização de talentos. Ainda, promove o atendimento às necessidades da população ao redor da empresa; o estímulo à movimentação da economia local e a elevação da reputação da empresa diante da sociedade. 

    A masterClassic também investe em ações que promovem Responsabilidade Social Empresarial. Seguimos um manual de ética e código de conduta, que permeiam a relação da empresa com clientes, parceiros e colaboradores; promovemos o respeito à diversidade; realizamos campanhas de doação; usamos os recursos de maneira consciente; entre outras medidas. E você? Quais são as ações de RSE que mais chamam a sua atenção? Conte para a gente nos comentários!

    Comments